[Valid Atom 1.0] [Valid Atom 1.0] O Mundo Mágico da Fantasia Contos Infantis: As Fadas

Olá, amiguinhos!

10 de abril de 2016

As Fadas


Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas.
A mais velha parecia-se tanto com ela, no humor e de rosto, que quem a via, olhava para a própria mãe. Mãe e filha eram tão desagradáveis e orgulhosas que ninguém as suportava.
A filha mais nova, que era o retrato do pai, pela doçura e pela educação, era, ainda por cima, a mais linda rapariga que já se viu.
Como queremos bem, naturalmente, a quem se parece conosco, esta mãe era louca pela filha mais velha. E tinha, ao mesmo tempo, uma tremenda antipatia pela mais nova, que comia na cozinha e trabalhava sem parar como se fosse uma criada.
Tinha a pobrezinha, entre outras coisas, de ir, duas vezes por dia, buscar água a meia légua de casa, com uma enorme moringa, que voltava cheia e pesada.
Um dia, nessa fonte, apareceu-lhe uma pobre velhinha, pedindo água:
– Pois não, boa senhora – disse a linda rapariga.
E, enxaguando a moringa, tirou água da mais bela parte da fonte, dando-lhe de beber com as próprias mãos, para auxiliá-la.
A boa velhinha bebeu e disse:
– Tu és tão bonita, tão boa, tão educada, que não posso deixar de te dar um dom .Na verdade, esta mulher era uma fada, que tinha tomado a forma de uma pobre camponesa para ver até onde ia a educação daquela jovem.
– A cada palavra que falares – continuou a fada -, da tua boca sairão uma flor ou uma pedra preciosa.
Quando a linda rapariga chegou a casa, a mãe reclamou por demorar.
– Peço-lhe perdão, minha mãe – disse a pobrezinha -, por ter demorado tanto.
E, dizendo essas palavras, saíram-lhe da boca duas rosas, duas pérolas e dois enormes diamantes.
– O que é isso? – disse a mãe espantada -, acho que estou a ver pérolas e diamantes a sair da tua boca. De onde é que vem isso, filha? Era a primeira vez que a chamava de filha.
A pobre menina contou-lhe honestamente tudo o que tinha acontecido, não sem pôr para fora uma infinidade de diamantes.
– Nossa! – disse a mãe -, tenho de mandar a minha filha até a fonte.
– Filha, vem cá, vem ver o que está a sair da boca da tua irmã quando ela fala; queres ter o mesmo dom? Pois basta ir à fonte, e, quando uma pobre mulher te pedir água, atende-a educadamente.
– Só me faltava essa! – respondeu a mal-educada- Ter de ir até a fonte!
– Estou a mandar-te – retrucou a mãe -, e já.
Ela foi, mas a reclamar. Levou o mais bonito jarro de prata da casa.
Mal chegou à fonte, viu sair do bosque uma dama magnificamente vestida, que veio lhe pedir água.
Era a mesma fada que tinha aparecido para a irmã, mas que surgia agora disfarçada de princesa, para ver até onde ia a educação daquela rapariga.
– Será que foi para lhe dar de beber que eu vim aqui? – disse a grosseira e orgulhosa. – Se foi, tenho até um jarro de prata para a madame! Tome, beba no jarro, se quiser.
– Tu és muito mal-educada – disse a fada, educadamente.
– Pois muito bem! Já que és tão pouco cortês, o teu dom será o de soltar pela boca, a cada palavra que disseres, uma cobra ou um sapo.
Quando a mãe a viu chegar, logo lhe disse:
– E então, filha?
– Então, mãe! – respondeu a mal-educada, soltando pela boca duas cobras e dois sapos.
– Meu Deus! – gritou a mãe -, o que é isso? A culpa é da tua irmã, ela vai pagar. E imediatamente ela foi atrás da mais nova para espancá-la.
A pobrezinha fugiu e foi-se esconder na floresta mais próxima.
O filho do rei, que estava a voltar da caça, encontrou-a e, vendo como era linda, perguntou-lhe o que fazia ali tão sozinha e por que estava a chorar.
– Ai de mim, senhor, foi a minha mãe que me expulsou de casa.
O filho do rei, vendo sair da sua boca cinco ou seis pérolas e outros tantos diamantes, pediu-lhe que lhe dissesse de onde vinha aquilo.
Ela contou toda a sua aventura. O filho do rei apaixonou-se por ela e, considerando que tal dom valia mais do que qualquer dote, levou-a ao palácio do rei, seu pai, onde se casou com ela.
Quanto à irmã, a mãe ficou tão irada contra ela que a expulsou de casa.
E a infeliz, depois de muito andar sem encontrar ninguém que a abrigasse, acabou por morrer num canto do bosque.

Autor desconhecido


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